RS-NEGRO CARTOGRAFIAS SOBRE A PRODUÇÃO DO DESCONHECIMENTO
ORGANIZADORES:
GILBERTO FERREIRA DA SILVA
LUIZ CARLOS CUNHA CARNEIRO
NOME DOS ALUNOS:LEOPOLDO E MATHEUS
O Livro relata a revolução de 1835 ou a Revolução Farroupilha.contando a história com depoimentos e também fala sobre um africano chamado francisco que se tornou um lanceiro negro.
Eu gostei da forma que contam o livro com relatos e outras coisas mas é muito bom o livro cheio de informações também fala a localização de francisco que morava em Piratini e seu amo tinha terras em Canguçu.
1-Francisco residia em Piratini e, como muitos outros escravos das redondezas, serviu na guerra como soldado, aliás, lanceiro. Nada de novo transcorreria na vida de Francisco se não fosse a guerra a afetar o dia-a-dia da província sulina há alguns anos. Enquanto as tropas de Antonio de Souza Netto e do Major Teixeira Nunes se aproximavam da localidade, rumo a mais uma das tantas batalhas ocorridas no decênio belicoso e à procura de pessoas dispostas (ou não!) a lutarem nas fileiras rebeldes, Francisco trabalhava nas lavouras de seu amo, proprietário de algumas terras na cidade de Canguçu.
2-Alistado, Francisco passou a fazer parte de um dos corpos de lanceiros e em uma das incursões dos mesmos a Montevidéu o oficial responsável pelas tropas dispensou todos os negros por não possuir dinheiro para pagar seus soldos. Em função disso, disse a todos os escravos que “estavam livres”, tendo os mesmos recebidos “papéis” individuais.
3-Nos últimos anos, assistimos a um processo de releitura da história do Rio Grande do Sul, especialmente no sentido de ressaltar a diversidade de sua composição étnica através da incorporação de índios, negros e mestiços à produção historiográfica, como integrantes e importantes contribuintes à formação social da região. Especial
4-Antes mesmo da criação oficial dos destacamentos de lanceiros, os negros já haviam desempenhado papel de destaque no confronto, como na tomada das cidades de Porto Alegre e Pelotas, ocorridas em setembro de 1835 e abril de 1836.
5-Esses escravos eram na sua maioria recrutados entre os negros campeiros e domadores da região sul do Estado, especialmente nas proximidades da Serra dos Tapes e do Herval, e nas localidades de Piratini, Caçapava do Sul, Encruzilhada do Sul, Arroio Grande e Canguçu, como podemos perceber na história do africano Francisco.33 A arregimentação se dava de várias formas: através da solicitação de escravos a senhores simpáticos à causa farrapa, pela captura forçada de negros pertencentes a proprietários leais ao Império e via sedução com a promessa de alforria, o que acabava por ocasionar o engajamento voluntário de cativos que fugiam de seus senhores, vislumbrando no exército farroupilha uma possibilidade de liberdade.
6-Garibaldi pouco informa, porém, sobre as expectativas e percepções dos lanceiros negros a respeito da guerra e do trato recebido da parte dos farroupilhas. Embora a história do africano Francisco seja uma exceção documental no tocante à complexidade da experiência de vida que revela, outros canais de acesso existem e nos levam a experiências mais amplas. Um valioso relato foi prestado pelo preto Antônio, escravo de Antônio Manuel de Sampaio, residente em Porto Alegre. Este cativo foi preso pelos imperiais e interrogado em 16/10/ 1837, revelando que havia se engajado no exército rebelde dias antes, motivado por convite feito pelo preto José, escravo de Barem. Pouco tempo depois, conversando com o mesmo preto, este “lhe fez ver que aquela vida não estava boa” e assim resolveu voltar para seu senhor, pois concluiu a “asneira que tinha feito”. Por motivos não relatados, as expectativas deste escravo com os possíveis ganhos advindos do engajamento voluntário ao exército farroupilha foram frustradas, resultando em cálculos que o levaram a optar pelo retorno ao cativeiro.
7-Alguns anos depois, a divulgação de uma correspondência atribuída a este conflito deu início a uma polêmica sobre o seu caráter.39 Tal documento, que ficou conhecido como “Carta de Porongos”,4 0 teria sido enviado pelo Barão de Caxias (Presidente da Província do Rio Grande do Sul e Comandante-em-Chefe do Exército imperial na região) a Moringue. O seu conteúdo revelaria a existência de um acordo prévio entre o Barão e as lideranças farroupilhas, visando facilitar a ofensiva imperial contra os lanceiros acampados em Porongos e acabar com o conflito que se arrastava há quase uma década. Em determinado trecho da correspondência, Caxias informaria a Francisco Pedro o local, dia e horário para o ataque, garantindo-lhe que a infantaria farroupilha estaria desarmada pelas suas lideranças.
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