O Movimento Tenentista
1. O que foi o movimento tenentista? Explique.
O tenentismo foi um movimento social de caráter político-militar que ocorreu no Brasil nas décadas de 1920 e 1930, período conhecido como República das Oligarquias. Contou, principalmente, com a participação de jovens tenentes do exército.
2. O que reivindicavam os militares do movimento tenentista?
Este movimento contestava a ação política e social dos governos representantes das oligarquias cafeeiras (coronelismo). Embora tivessem uma posição conservadora e autoritária, os tenentes defendiam reformas políticas e sociais. Queriam a moralidade política no país e combatiam a corrupção. Propunham reformas na estrutura de poder do país, entre as quais se destacam o fim do voto aberto (fim do voto de cabresto), instituição do voto secreto e a reforma na educação pública.
3. Em quais aspectos se mostravam favoráveis?
Eram favoráveis à liberdade dos meios de comunicação, exigiam que o poder Executivo tivesse suas atribuições restringidas, maior autonomia às autoridades judiciais e a moralização dos representantes que compunham as cadeiras do Poder Legislativo.
4. Quando e como foi o governo de Arthur Bernardes?
Artur da Silva Bernardes foi o presidente do nono período de governo republicano, de 15/11/1922 a 15/11/1926. Advogado, nasceu na cidade de Cipotânea, estado de Minas Gerais, em 1875. Após concluir o mandato de governador do estado de Minas Gerais entre 1918 e 1922, é eleito presidente da República a 15 de novembro de 1922.
O governo de Artur Bernardes enfrentou a instabilidade política desde o primeiro dia. O presidente tomou posse legalmente em pleno estado de sítio, que seria mantido até o último dia de seu mandato. Entre as dificuldades políticas enfrentadas por Bernardes estavam o movimento de Borges de Medeiros no Rio Grande do Sul, a Revolta de 1924 de São Paulo, a Coluna Prestes e ainda o avanço do movimento operário.
5. Explique sobre a Revolta dos 18 do Forte de Copacabana?
A Revolta dos 18 do Forte, também conhecida como Revolta do Forte de Copacabana, foi iniciada em 5 de julho de 1922 e encerrada no dia seguinte, na cidade do Rio de Janeiro, então capital do Brasil. Foi a primeira revolta do movimento tenentista, no contexto da República Velha.
Segundo a tradição, foi concluída com uma marcha heroica feita por dezessete militares e um civil que reivindicavam o fim das oligarquias do poder, combatendo três mil homens das forças governamentais.
O levante, que foi planejado com proporções muito maiores, teve como motivação buscar a queda da República Velha, cujas características oligárquicas atreladas ao latifúndio e ao poderio dos fazendeiros se opunham ao ideal democrático vislumbrado por setores das forças armadas, em especial de baixa patente como tenentes, sargentos, cabos e soldados
6. Explique sobre a Revolta de 1924, em São Paulo.
No dia 5 de julho de 1924, tropas de São Paulo tentaram promover um movimento de caráter nacional que deveria tomar conta de outras importantes cidades do país. Entretanto, a rebelião liderada por Isidoro Dias Lopes conseguiu acender outros focos somente em Mato Grosso, Amazonas, Pará, Sergipe e Rio Grande do Sul. No estado paulista, a ação tenentista conseguiu tomar pontos estratégicos da capital e atacar o Palácio dos Campos Elíseos, sede do governo estadual.
O vigor dos ataques militares obrigou Carlos de Campos, presidente do Estado, a fugir de São Paulo. A capital se transformou em um verdadeiro palco de guerra, forçando cerca de 300 mil pessoas a saírem refugiadas. A violência dos bombardeios deixou várias partes da cidade destruída e a ausência do presidente estadual transformou o Palácio do Governo em um foco de resistência tenentista. Entretanto, a falta de apelo popular enfraqueceu o movimento.
7. O que foi a Coluna Prestes?
A Coluna Miguel Costa Prestes, mais conhecida como Coluna Prestes, foi um movimento liderado por militares, que faziam oposição à República Velha e às classes dominantes na época. Teve início em abril de 1925, no governo de Artur Bernardes (1922-1926).
No início da década de XX, o Brasil vivia sob o domínio das oligarquias rurais e setores médios urbanos, como os militares, por exemplo, começaram a questionar este poder e a pressionar por mais investimentos nas forças armadas.
O primeiro levante militar ocorreu no Rio de Janeiro, liderado pelos tenentes do exército, que ficou conhecido como Tenentismo. Em 1924, surgiu uma nova rebelião, desta vez em São Paulo. Depois de muitos combates contra as tropas fiéis ao governo, os revoltosos se refugiaram no interior do Estado.
Enquanto isso, Luís Carlos Prestes, também militar, organizava outro grupo no Rio Grande do Sul. Em abril de 1925, as duas frentes de oposição, a Paulista liderada por Miguel Costa, e a Gaúcha, por Prestes, uniram-se em Foz do Iguaçu e partiram para uma caminhada pelo Brasil.
Com aproximadamente mil e quinhentos homens, a Coluna Prestes percorreu 25.000 quilômetros. Durante dois anos e meio atravessou 11 estados. Do sul, o grupo rumou para centro-oeste do país, percorreu o nordeste, até o estado do Maranhão. Na volta, os combatentes refizeram o caminho, até chegar à fronteira com Bolívia.
Nas cidades por onde passava, a Coluna Prestes despertava apoio da população e a atenção dos coronéis, que também eram alvo das críticas do movimento. Sempre vigiados por soldados do governo, os revoltosos evitavam confrontos diretos com as tropas, por meio de táticas de guerrilha.
8. Escreva explicando sobre a biografia, a vida, de Luís Carlos Prestes.
Luís Carlos Prestes (1898-1990) foi um político, militar e líder revolucionário brasileiro. Comandou o Partido Comunista Brasileiro por mais de 50 anos.
Luís Carlos Prestes (1898-1900) nasceu em Porto Alegre, Rio Grande do Sul, no dia 3 de janeiro de 1898. Filho de Antônio Pereira Prestes e de Maria Leocádia Felizardo Prestes estudou no Colégio Militar e em seguida ingressou na Escola Militar do Realengo, no Rio e Janeiro, concluindo Engenharia em 1909. Prestou serviços como engenheiro ferroviário na Companhia Ferroviária de Deodoro.
Em 1922 foi transferido para o Rio Grande do Sul para servir no Batalhão Ferroviário em Santo Ângelo. Nessa época, se envolveu com o movimento político e militar da jovem oficialidade do Exército (tenentes e capitães) que movidos por um ideal e pelo descontentamento tentavam derrubar o governo de Artur Bernardes, mas foi duramente reprimido.
Em 1924, os militares de oposição voltaram a se organizar. No dia 5 de julho eclodiu em São Paulo uma revolta tenentista comandada pelo general Isidoro Dias Lopes. Os violentos combates geraram pânico e a fuga do governador Carlos de Campos. Após o governo estadual receber reforços federais, os revoltosos foram obrigados a se retirar para o interior. Em 1925, nas proximidades de Foz do Iguaçu, os rebeldes paulistas se juntaram com outra coluna revolucionária, que vinha do Rio Grande do Sul comandada por Luís Carlos Prestes e que também lutava contra as forças militares do governo federal. Desse encontro nasceu a “Coluna Prestes”.
Em 1927 Luís Carlos Preste e seus homens se refugiaram na Bolívia, cansados, sem munição e sem conseguir conscientizar as camadas populares do interior a respeito das oligarquias que as exploravam. Era o fim da Coluna Prestes. Exilado na Bolívia, conheceu Astrogildo Pereira, um dos fundadores do Partido Comunista do Brasil. Convertido à ideologia marxista, Prestes viajou para Moscou, chegando lá em 1931.
Na União Soviética, Prestes foi contratado como engenheiro responsável pela fiscalização de todas as obras de construção civil do país. Nas horas vagas, comparecia a reuniões do PC ou a conferências de dirigentes comunistas latino-americanos. Foi num desses encontros que conheceu Olga Benário, que fazia carreira dentro da Juventude Comunista Internacional.
Em 1935, já casado com Olga, depois de passar por vários países, retornou clandestinamente ao Brasil, com o objetivo de fomentar a revolução no país e derrubar o governo de Getúlio Vargas. Unido à Aliança Nacional Libertadora foi eleito seu presidente de honra. Após liderar o fracassado golpe conhecido como “Intentona Comunista”, Prestes foi preso e sua mulher, apesar de estar grávida, foi mandada de volta para a Alemanha. Sua filha, nascida em 27 de novembro de 1936 foi entregue a sua avó paterna. Olga morreu em um campo de concentração nazista em 1942.
Em 1945, com o processo de redemocratização do país, Prestes foi solto e ao candidatar-se ao Senado Federal pelo Partido Comunista Brasileiro, tornou-se o senador mais votado. Porém, o seu partido foi cassado, em 1947, e Prestes teve a prisão preventiva decretada, o que o obrigou a voltar à clandestinidade.
Em 1958, sua prisão preventiva foi revogada, mas com o golpe militar de 1964 passou a ser perseguido novamente. Em 1971, deixou o país e se exilou na União Soviética. Com a anistia de 1979, Prestes retornou ao Brasil e em 1980 rompeu com o Comitê Central do Partido Comunista Brasileiro e três meses depois foi destituído do cargo de secretário-geral da organização.
Luís Carlos Prestes faleceu no Rio de Janeiro, no dia 7 de março de 1990.
9. Recomendar um livro sobre o movimento tenentista. Nome do autor, título e imagem da capa.
Pedro Doria-Tenentes
A história da crise política que desencadeou uma guerra civil no Brasil. É com maestria de estilo, unindo o rigor da investigação histórica minuciosa à experiência de repórter tarimbado, que Pedro Doria recria o cenário que deflagrou o movimento tenentista na década de 1920 e retraça personagens, apresentando por meio de sua caracterização o espírito de outro tempo. Narrado em forma de thriller, Tenentes apresenta a história da crise política que desencadeou uma guerra civil sem precedentes no país, em um tempo nem tão distante em que essas crises se resolviam de outro jeito. Uma ótima leitura para quem deseja entender um pouco mais da história do país.
10. Inserir do YouTube um filme ou documentário.
Obrigada por este material esclarecedor....
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